sábado, 24 de março de 2012

Código florestal


Irrigação das mudas de árvores nativas para acelerar a recuperação da encosta degradada.


O sol inclemente me fazia suar aos cântaros. Conecto a última peça de cano.
A água desce com rapidez e vai enchendo a tubulação de plástico fino e preto do sistema de irrigação. Lentamente começam a aparecer pequenos fios de água, jorrando em esquicho fininho.

Daí há pouco, os esquichos de um metro e meio de altura demonstram que a água sai da mangueira com uma velocidade de 5,5 m/s, quase 20 km/h! Estimando o furo em 1,0 mm, cada furinho asperge 15 litros de água por hora, lentamente encharcando o solo.

Funcionou! A captação da água na antiga barragem me permite agora acelerar o processo de recuperação da mata que há muito esta terra não conhecia.

Fico pensando no Código Florestal.
A insanidade do Congresso Nacional não permite nenhuma esperança! O tamanho do problema, também não! As realidades dos estados são diferentes, mas deixar a política ambiental para os estados é dar um cheque em branco para a oligarquia do agronegócio!

O Sítio Águas Claras tem uma calha de chuva, que nas águas se torna um pequeno riacho. Pela lei atual, a área de proteção permanente de 30 metros de mata ciliar cobre 62% da área total da pequena propriedade. Somados aos 20% de reserva legal, 82%. Não sobra muito! Sou o feliz proprietário de uma mata desmatada, de um riacho seco por reflorestar. Estou feliz com isto e pretendo fazer minha parte! Mas a visão de um burocrata do IEF ou do Ibama, daqui há 20 anos, quando tudo estiver vivo e reflorestado, vir tirar satisfação por eu manter um corredor de acesso à água da Represa de Camargos para eu poder velejar, me dá calafrios!




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