sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cuando los Buitres vienen de nuestras propias entrañas



Sorrio, feliz com a lembrança do lindo dia em Buenos Aires!
Chamo o garçon e lhe digo:

"En un sábado soleado
vagando por el Recoleta,
cree que yo estaba en París.
Por la noche,
desciendo por la Avenida Corrientes
yo pense estar en la Broadway.
Cuando entré en el Grand Cafe Tortoni
con sus vidrieras y el belíssimo espectáculo de Tango,
Me aseguré que estaba en Buenos Aires."

Ariel, o garçom, dá uma risada de alegria e comenta:

- Tu eres un poeta!

Tudo em Buenos Aires aponta para o glorioso passado.
O Teatro Cólon, o Palácio das Águas Correntes, Recoleta,
Palermo Viejo! Tudo maravilhoso! Me encanta a simpatia
do povo argentino, sua educação, o respeito nas ruas!

Argentina era o quarto país mais rico do mundo e mais rico que qualquer país da Europa continental no início do século passado.
Hoje, após quase um século de crises, com inflação persistente,
moeda  desvalorizada, na eminência de uma nova recessão,
com uma grave crise pela moratória técnica, o mundo se pergunta,

Como aconteceu a derrocada econômica da Argentina?

The Argentina Paradox: Microexplanations and Macropuzzles -

é o artigo publicado por Alan M. Taylor, do Departmento de Economia
da Universidade da California em fevereiro deste ano.

Sua conclusão: não há uma única razão.

Entretanto, Taylor destaca duas questão de maior relevância:
o isolamento econômico e a derrocada do comércio
exterior e o aumento abusivo de impostos desde a era
do Peronismo.

Participação do comércio exterior no PIB argentino, Fonte: Berlinski (2003), citado por Taylor (2014).
Até a década de 20 do século passado, o comércio
exterior da Argentina correspondia a 80% de sua economia.
A crise de 29 e a ascensão do Peronismo, com toda a sua
carga de nacionalismo, reduzem a participação da
exportação e importação a apenas 20% do PIB argentino
desde a década de 30.

Hoje, com uma reserva cambial de apenas 24 Bilhões
em plena moratória técnica, não é possível
olhar com esperança para os próximos anos.
Cresce nas ruas os protestos contras os Abutres,
Buitres - como são chamados os banqueiros que
possuem créditos da dívida argentina.
assim, a tendência de culpar os
credores pelos infortúnios do País, tão
comuns no Brasil na década de 80/90,
permanece viva na sociedade argentina.

Me pergunto se os Abutres não estão
nas nossas próprias entranhas, em uma visão
simplista que sempre procura explicações
externas para os infortúnios
da realidade latino americana!

PS.:  Link para o artigo: http://www.nber.org/papers/w19924

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