sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Eles querem a Pax Romana...

Repúdio pela invasão ao território da UFMG em 18 de novembro de 2016
Vinte e sete Universidades estão em greve. Vinte e uma em preparação estão em estado de greve. A Universidade de mobiliza contra o desmonte dos direitos à Educação e Saúde.

Na última greve eles foram virulentos. Decidi. Vou desenhar para o Sardenberg, o Alexandre Garcia e o Boechat, bem como para os eminentes ministros e ministras do STF entenderem.
Imagine uma repartição pública, digamos o INSS, em greve. Vamos supor que um funcionário trabalhe em média dez processos de aposentadoria. Em dez dias de greve, uma pilha de 100 processos se acumula. Vamos ainda supor que o governo suspendeu o pagamento dos dez dias parados. Não há problema. Com ou sem reposição, com um certo atraso pois a greve é um momento de tensão que causa transtorno, os processos serão trabalhados e o cidadão ainda assim terá sido atendido. 
Não é assim o nosso ofício. Na Universidade trabalhamos o ser humano e tempo é algo que flui de forma inexorável.Imagine uma Universidade ou uma escola de ensino médio em greve. Vamos imaginar duas situações. Na primeira o  professor entrou em greve e teve seu salário retido. Ora, neste caso ele ganhou o direito de não repor aulas. Ele pode dizer, como vários de meus mais exaltados colegas, se cortarem não reponho.

Mas o professor que não estava em greve, foi dar aula para 120 estudantes de Cálculo I e só 6 compareceram, pois os estudantes também lutam contra a PEC 55. Ele lança o conteúdo e também ganhou o direito de não repor.

Como serão as aulas após a greve? Conteúdo lançado? Professor dá sequência ao plano de curso desconhecendo o tsunami que desestruturou o trabalho docente? Como falar do capítulo 6 quando o estudante não construiu os conceitos do capítulo 4?

Parafraseando Chaplin: "Não somos máquinas, homens e mulheres é o que somos". "É preciso paz para poder sorrir", diz a música, mas também é este o ambiente que necessitamos para aprender e ensinar.
Sim, talvez os eminentes jornalistas e os ministros e ministra do STF queiram que a Universidade e a juventude do País seja um túmulo, que veja um governo destruindo a Educação, a Saúde e os direitos sociais e fique quieta e não se manifeste. Muitos já desejaram isto na história, e foram sempre conhecidos posteriormente como ditadores. Hoje eles querem a Pax Romana, mas terão a rebelião de uma País que não aceita o retrocesso. A Universidade não vai aceitar que um Ministro receba em audiência um atriz pornô, mas não tenha tempo para receber as demandas da Universidade!


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