domingo, 12 de novembro de 2017

Bolsonaro, canalha, defende tortura e torturador


Em entrevista a Matheus Leitão Netto, o canalha do Jair Bolsonaro defende a tortura e ironiza a tortura sofrida por Míriam Leitão, em 1972.

Míriam, a perigosa comunista da fala do canalha, era então uma jovem, franzina, que nem completara 20 anos. Uma criança que sonhava com um País fora das garras da ditadura militar. Estava grávida de seu primeiro filho, Vladimir Netto, e foi trancada em uma cela com uma cobra. O canalha acha pouco e faz piada. "Coitada da cobra", reafirma o canalha na entrevista.
Mas o que mais acho odioso no discurso nazista deste canalha é a defesa que ele faz do maior torturador do regime militar, Carlos Alberto Ulstra, que dirigiu o DOI-CODI do II Exército em São Paulo entre 1970 a 1974. Em síntese, o canalha justifica a tortura por se estar "perseguindo comunistas" e diz que Ulstra, que é acusado por 43 mortes por tortura, nunca foi condenado.  

Ao todo, o livro Brasil Nunca Mais *,** catalogou 384 denúncias de tortura apenas no DOI-CODI de São Paulo! Erra duas vezes o canalha. Uma mentira e um falso argumento.


Coronel Ulstra foi condenado em 2008, por decisão do juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, em ação declaratória por ter torturado Maria Amélia de Almeida Teles e César Teles, seus filhos que então tinham 4 e 5 anos, Janaína e Édson, e a sra. Criméia, irmã de Maria Amélia. Na setença o juiz Santini afirmou que, pela descrição das testemunhas, o DOI-CODI em São Paulo era "uma casa dos horrores, razão pela qual o réu não poderia ignorar o que ali se passava".

Réu em inúmeros processos outros processos, o odioso coronel Ulstra, que faleceu em 2015, se refugiava na Lei da Anistia como argumento para fugir das garras da justiça. E neste ponto, o canalha do Bolsonaro usa de um sofisma. Nunca foi condenado a ser preso por tortura, pois a Lei da Anistia o livrou dos crimes que cometeu. Dentre os que morreram no DOI-CODI sobre a responsabilidade de Ulstra está o sociólogo, militante e deputado estadual cassado Paulo Stuart Wright, irmão do pastor presbiteriano Jaime Wright, um dos autores do Brasil Nunca Mais. Paulo Wright desapareceu no DOI-CODI em São Paulo em setembro de 1973.

O Brasil é assim. Um País miserável que prefere anistiar os seus militares deliqüentes para não enfrentar o fascismo no País. Agora, com a chegada da direita com amnésia, estamos pagando o enorme preço de não ter condenado a tortura como ela deveria ter sido condenada.
Bolsonaro, canalha, mil vezes canalha, defende tortura e torturador. O que diria o nosso querido Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns se estivesse vivo para ver que se esqueceram de Brasil Nunca Mais?
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* Da Wikipedia:  O Projeto Brasil: Nunca Mais desenvolvido por Dom Paulo Evaristo Arns, Rabino Henry Sobel, Pastor presbiteriano Jaime Wright e equipe, foi realizado clandestinamente entre 1979 e 1985 durante o período final da ditadura militar no Brasil, no ano de 1985, gerou uma importante documentação sobre a história do Brasil.

** Os documentos originais da Arquidiocese de São Paulo estão aqui. Veja também o registro do Projeto Brasil Nunca Mais.

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